Não era você ontem. O que era em você era o álcool.
Era o vício sem medidas, era a vontade de se destruir pra sentir a culpa ou a dor por ter errado na vida... É você no álcool o que eu sou nos homens, na comida. O que eu fiz? Era assim que recomeçava o que dentro de mim eu determinara na noite anterior a exterminar de mim, a custo qualquer. Perguntando assim eu ouvi na sua voz que não havia nada de você naquela noite. Era outra coisa. Coisa essa ruim. Coisa essa não-você. Coisa essa não-ser-Higor.
Entrei no carro branco sem saber o que fazer. Lá dentro estava 'Cheio de gente de alma boa', é o cheiro que te rodeia, eu posso sentir. E na tentativa de ser fiel a mim, eu tentei te evitar (em vão). Com a saudade que eu já sentia meu coração foi-se amolecendo. Sentia saudade porque fora dormir pensando nunca mais te sentir. Saudades...
O dia correu perto da praia, rodeando-nos de uma brisa boa, de pés molhados na areia. E eu sabia, naquele momento, que eu queria estar ali. Exatamente ali e nada além.
João Vaz, 'A Praia'
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